domingo, 26 de dezembro de 2010

Mais um Natal

26 de dezembro. O fim do ano chegou. E o ano foi bom. Foi ótimo. O sentimento de gratidão por tudo que recebi, que vivi é imenso...
Então, por que essa tristeza? Por que a sensação de que algo está faltando? Tenho tanto! Muito mais do que preciso, certamente. 
Vejo agora meus filhos. Lembro-me de quantas vezes estivemos assim, juntos, em volta da mesa. São tantas as lembranças da hora das refeições! Como é bom lembrar-me dos quatro lá, comendo, implicando um com o outro e rindo também... Como é bom vê-los agora, seguindo seu caminho, felizes, crescendo, sendo adultos... E como é bom saber que estou aqui, que ainda posso ampará-los, apoiá-los, abraçá-los.
Saber que continuo aqui, que é como se ainda estivesse na cabeceira da mesa, vendo-os, conversando com eles, brigando também... Saber que depois de tantos problemas tudo deu certo é maravilhoso! Que todos estão no caminho do bem, que trabalham, que vivem, são felizes  e que estão comigo...
Não foi fácil. E por isso creio que mereço essa paz. Fiz por merecer. Trabalhei muito. Sofri, sim. Mas o sofrimento foi opção minha, mesmo eu não sabendo disso, na época. Agora, mereço essa paz. Mereço a vida que tenho. Sem falsa modéstia, creio que sou vitoriosa.
E a tristeza, então? Creio que meus olhos é que são o problema. Olhos que viram você, um dia. E esse foi o único problema que vivi, realmente, esse ano. Porque ao parar meus olhos nos seus, fiquei perdida. E não quero mais sentir-me assim. Agora, não olharei mais, nunca mais olharei alguém nos olhos. Os olhos são uma armadilha e quero um caminho seguro. Pra sempre. Agora.

"... 
São águas passadas
Escolha outra estrada
E não olhe,
Não olhe pra trás
"

domingo, 28 de novembro de 2010

Tudo certo

"Você me faz bem,
quando chega perto,
com esse seu sorriso aberto.
Muda o meu olhar,
meu jeito de falar.
Junto de você fica tudo bem, tudo certo."


sábado, 27 de novembro de 2010

Corda bamba

"Corda bamba em que empenho minhas paixões inúteis de louca, trapezista ou palhaça, levando no chapéu torto a flor da esperança de que tenham esquecido as redes. Não importa saber: abaixo dessa dança, no vazio que finges, sei que observas. Teu rosto de disfarçado amor espelha tudo o que sonho, escondo ou faço."
                                                                                                                         Lya Luft

E porque sei que você está aí, e que me quer também, tudo está em seu lugar. Não importa se ainda é abstrato, etéreo, sonho... Você está dentro de mim, sua vida está pousada na minha e o mais não importa. Há magia no ar e nesse instante absoluto sou feliz.

domingo, 14 de novembro de 2010

E vc veio, afinal...

E aí, vc veio, afinal.
Como eu sempre imaginei, com uma calça jeans, camiseta, cabelo curto e esse sorriso de derreter qualquer pessoa. Chegou assim, como quem já sabe que é dono, que esse é seu lugar.
E eu me rendi. Apaixonada. Feliz. Deixei-me afogar, mergulhei de cabeça...
Nada precisou ser dito, vc me abraçou e tive certeza de que nenhum lugar no mundo seria melhor que seus braços. Fiz deles meu mundo e ficamos assim... 
Até que o telefone tocou e percebi que tudo era um sonho...

"Foi chegando sorrateiro e antes que eu dissesse não
Se instalou feito um posseiro dentro do meu coração
"


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

E aí, já era!

Para pra pensar, porque eu já me toquei,
Eu te escolhi e você me escolheu, eu sei.
Tá escancarado, vai negar pro coração
Que você tá com sintomas de paixão!

É quando os olhos se caçam em meio à multidão,
Quando a gente se esbarra andando em qualquer direção.
Quando indiscretamente a gente vai perdendo o chão, vai ficando bobo,
Vai ficando bobo...

E aí já era, é hora de se entregar,
O amor não espera, só deixa o tempo passar.
E fica pro coração, a missão de avisar,
E o meu tá dando sinal: tá querendo te amar!
                                            Jorge e Mateus

"Tantos caminhos sem fim
De onde você não vem
Meu coração na curva
Batendo a mais de cem
..."

sábado, 30 de outubro de 2010

Mudei!

Tanto tempo...
Tudo tão igual, mesmo sendo tão diferente...
Nem sei quando vim aqui pela última vez. Algumas coisas mudaram, inclusive eu mesma, que agora moro em Goiânia. Quer dizer, durante a semana, claro! Porque minha filhas ficaram aqui e não consigo mais deixá-las por muito tempo. Minhas prioridades são também diferentes. 
Mas estou em Goiânia. E respiro melhor com isso.
Sempre gostei de lá e, depois de ter morado em SP não dá pra ficar aqui, sem nada pra fazer. 
Não que eu faça muito lá, mas sinto-me mais livre assim: com duas casas, de novo.
O mês de outubro está acabando. Mês do meu aniversário, que foi tão bom, como sempre. 
É gostoso demais receber o carinho das pessoas que amo. E é delicioso sentir-me amada. 
Bem, tenho tudo de que preciso, com certeza. Aliás, muito mais que preciso: amigos maravilhosos, filhos especiais, colegas de trabalho simpáticos, agradáveis. Um outro anjo em minha vida... Pessoas que cuidam de mim, que me amam e me querem por perto.
Falta um amor. Mas creio que amor não é para mim. E se já tenho o que preciso, não preciso mesmo de um amor. 
É, só vim mesmo aqui porque fiquei com saudades do computador. Em Goiânia, ainda não tenho um. Mas até nisso, mudei. Já dá pra viver assim, sem essa máquina...rs

"E jamais termina
Meu caminhar,
Só o amor me ensina
Onde vou chegar...
Por onde for quero ser seu par!"






domingo, 10 de outubro de 2010

É você - Marisa Monte


É você
Só você
Que na vida vai comigo agora
Nós dois na floresta e no salão
Nada mais
Deita no meu peito e me devora
Na vida só resta seguir
Um risco, um passo, um gesto rio afora
É você
Só você
Que invadiu o centro do espelho
Nós dois na biblioteca e no saguão
Ninguém mais
Deita no meu leito e se demora
Na vida só resta seguir
Um risco, um passo, um gesto rio afora
Na vida só resta seguir
Um ritmo, um pacto e o resto rio afora...

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Falta...

“Na imensidão de um minuto eu vejo o tanto que você me faz falta”.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

???

Hoje é um daqueles dias em que eu não devia ter acordado...
Só que nem dormi. Tentei. Tentei muito. Rolei na cama, rezei, tentei não pensar em nada, mas não consegui.
Não durmo mais. Há semanas estou em completa agonia. 
Talvez por isso estou assim, deprimida. Desistindo. Cansada. Sem forças.
Penso que nada valeu a pena em minha vida.
Tudo é sempre muito complicado.
Já tive perdas demais. Sempre perdendo.
Hoje não quero pensar nos ganhos. Na verdade, não queria pensar em nada.
Mas tenho que dirigir agora bastante e chegar, sem dormir na estrada, ao meu trabalho.
Mas hoje eu não queria ter que viver...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Agonia

Dia confuso. Nublado. Mas nublado dentro de mim. Não estou bem. Não fiquei bem o dia todo. Uma sensação de aperto, de angústia...
Hoje minha irmã está operando. Gastroplastia. Complicado. Não a cirurgia, acho que as chances de dar errado são mínimas. O que é complicado é essa sensação de que eu tinha que ter chegado a tempo de vê-la, antes dela entrar na sala de cirurgia. Corri tanto! 
Não fico bem quando tem alguém que amo assim: frágil, carente. Fico em total agonia. Não consegui chegar antes dela entrar. Cheguei dez minutos depois, segundo meu sobrinho. E ele, então! Está mais agoniado que eu! E é tão forte na sua meninice!
É ruim saber que ele precisava de mim ali e que não pude estar presente. Agora ele está aqui ,comigo. E ela está lá, sendo operada. Já vamos voltar para o hospital, mas antes eu quis desabafar essa confusão.
Ela é como se fosse também uma filha. Minha irmã. Tão querida. Sei que sou responsável por ela. Somos responsáveis pelas pessoas que amamos, que nos amam...
Mas hoje tudo isso ficou pesado demais. E não tinha com quem falar. No meu trabalho ninguém a conhece. E fui ontem para lá, só voltei hoje. A angústia só cresceu. 
Ah! Sou complicada também. Tudo fica enorme, às vezes. Pesado.
Talvez por não ter com quem dividir. Quando dividimos, ficamos com a metade das preocupações. Acho.
Nunca pude dividir muitas coisas.
Bem, só nos resta rezar por ela. Por ele. Por nós.

"E se fosse preciso escolher
em te amar ou poder te esquecer
Sei que o meu coração pediria
duas vezes você"

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Tudo

“Se pudesse, guardava tudo numa garrafa, e bebia de uma vez”.
Tudo. Sem escolhas. Sem esperas. Sem medo. Sem pensar.

domingo, 5 de setembro de 2010

Encontro

Hoje fui surpreendida por um encontro especial: os pais de dois ex-alunos. Não são dois alunos quaisquer, foram alunos quando eu ainda tinha 16 anos e estava começando meu trabalho. Deus, como vieram-me à mente lembranças daquela época! Eu era tão jovem, tão cheia de sonhos! Bem, cheia de sonhos ainda sou, é verdade, e jovem também, com certeza. É, creio que somente os anos se passaram, eu mudei pouco...rs
Mas voltando ao encontro, foi bom demais revê-los. Eles eram, para mim, o modelo de casal perfeito. Sempre juntos, carinhosos, amigos. Bem como eu imagino, ainda, que deve ser um casal perfeito...rs
Lara foi minha aluna primeiro, depois Cristiano. Ele era um bebê ainda! Ia à escola com a mamadeira nas mãos! Tinha o cabelo bem loiro, cheio de cachinhos. Eu chamava-o de "meu anjinho". Agora fico sabendo que ambos estão muito bem, que moram em Brasília e que ela já tem uma filha. Que Deus os abençoe!
A vida é muito boa. Sou muito prilegiada. Continuo fazendo um trabalho que amo, tenho filhos maravilhosos e perfeitos que me amam e uma família linda. Tenho amigos que são um tesouro. Que mais posso desejar? Bem, sou uma sonhadora e desejar algo mais é o que sempre faço. Mas estou bem assim.
Que Deus continue abençoando a todos nós.

"Tõ com sintomas de saudade
tô pensando em você
como eu te quero tanto bem..."

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Vambora

"Entre por essa porta agora
E diga que me adora
Você tem meia hora
Pra mudar a minha vida
Vem, vambora
Que o que você demora
É o que o tempo leva..."

domingo, 29 de agosto de 2010

Coragem!



Semana corrida. Poucas horas pra tanta coisa!

Estrela apareceu. Estava bem e agora está comigo, de novo.

O fim de semana chegou e já acabou.

Pena, porque foi ótimo.

Fui para a chácara e lá é sempre perfeito.

Estou meio "down" esses dias, mas em paz, mesmo assim.

Muitas vezes, na vida, temos que renunciar a algumas coisas e isso sempre traz dor.

Ficar lutando por algo que não tem jeito é burrice.


E as coisas passam, e o tempo...

Ah! O tempo... Ele realmente cura tudo...

Coragem! 


"Não dá mais pra segurar
Explode coração!"

 

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Estrela

Estrela sumiu. Fugiu de manhã e não a encontramos. Estou triste, muito triste.
Não saber se ela está bem, se está sendo cuidada, se comeu, é ruim.
Queria muito tê-la de volta...
Ela é terrrível, destói tudo que vê, mas é querida. Não quero que ela sofra por aí.
A dor de perder minha cachorra é grande demais...

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Feliz!

Faz tempo que não venho aqui... Vivi tanto nesses dias! Senti tanta paz, fui feliz, fiquei triste...
Normal. Em um mesmo dia vivemos tantas coisas, imagine em quase um mês!
Estou trabalhando. Queria ter vindo aqui antes, falar do meu trabalho. 

Deus tem mesmo a hora certa para tudo, pois Ele não preparou para mim o lugar mais especial que alguém pode desejar? Pelo menos o lugar mais especial que eu poderia desejar.
Quando ouvi, pela primeira vez que teria uma vaga em Português, em Senador Canedo, falei que queria, sem nem pensar. 
Sem pensar mesmo. Fui impulsiva, como quase sempre. Como deveria ser sempre, creio. Pelo menos seria mais autêntica, faria o que tenho vontade, não me controlaria tanto...
Agora penso que um anjo soprou em meu ouvido que eu deveria dizer que queria ir para lá. Estou feliz. Deslumbrada. O lugar é tão cheio de luz, de paz! Sinto-me especial só por estar lá, todos os dias.
Amo a Escola, as Irmãs... Amo os alunos. Creio que as pessoas lá gostam de mim também. Pelo menos tenho sido tão cuidada como não sou há anos... Mas há muitos anos mesmo.
Isso não querendo ser injusta com meus filhos, que cuidam de mim com tanto carinho. Mas ser cuidada por outras pessoas que não eles, isso não sou há tanto tempo que já nem me lembro  mais. 
Afinal, sempre fui eu a cuidar de todos, né?
Bem, mas as Irmãs são muito carinhosas, preocupam-se comigo. Isso me comove muito, ainda, sempre.
Por isso sou feliz. E também por ver o sol nascer todos os dias, quando estou indo. Por sentir o vento nos cabelos quando dirijo, por cantar as músicas que tocam no meu carro... 
Sou feliz por ficar na Escola, por acompanhar o crescimento da grama que foi plantada no início do mês, por ver as árvores, por ver a mangueira espalhando água todos os dias, como se fosse uma fonte! Várias fontes! É lindo isso!. 
Sou feliz por voltar sem pressa, vendo a estrada, as árvores, o pôr-do-sol...
Creio mesmo que posso ser feliz assim, com o que tenho, pelo resto de minha vida. Creio que isso me basta.
Não preciso de uma pessoa em especial. Na verdade, quando amamos não precisamos. Amamos e pronto. 
E se não posso ter o meu amor, basta-me o que tenho agora.
É isso. Estou em paz.

“Eu te desejo não parar tão cedo, pois toda idade tem prazer e medo.” [Frejat]

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Meu filho, meu amor

Hoje é aniversário do Marlon Antonio, meu filho. Já falei sobre todos aqui, então não vou me repetir. Só vim mesmo desejar-lhe tudo de melhor que a vida puder lhe oferecer. E que ele seja, sempre, muito feliz.
Amo-o, filho, amor de minha vida!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Marina

Que lindo!
Vim dar uma olhada aqui e vi que Marina é minha seguidora! Marina: menina linda, corajosa... Foi minha companheira em São Paulo. Um outro anjo que Deus colocou em meu caminho, mais uma filha...
Devo ser mesmo muito abençoada, pois sempre tive pessoas muito especiais por perto. Quem me ajudou, de todas as formas possíveis, apoiando-me, dando-me coragem, companhia  lá, foi a Marina. E é ainda tão jovem! Tem tudo para ter ficado acomodada na cidade em que nasceu, no interior de SP. Filha única, com emprego, formada, com uma família que a adora... Mas, não! Foi ganhar mais experiência, batalhar pela sua carreira na cidade grande. E lá nos encontramos... Morávamos juntas. Tempo bom... Difícil, mas gostoso...
Ah, Marina, sinto muitas saudades... Gostaria de estar com você, de poder ser sua força como você foi a minha tantas vezes... Mas terminei não indo aí agora. São as benditas escolhas...
Voltando ao que disse antes, tive sempre pessoas especiais em minha vida. Muitas vezes fui ausente, sofrendo minhas agonias, cuidando de meus filhos e de meu trabalho... Queria ter sido melhor amiga, mais companheira, ter feito diferença em tantas vidas, como fizeram na minha! Glaby, Ana Cristina... Pessoas únicas! São tantas! Não quero ficar citando nomes, para não correr o risco de me esquecer de alguém...
Mas sabe que acho mesmo que nasci para ser mãe? Fui ganhando tantos filhos pelo caminho! Além da Marina, tive Amanda, Mayra, meus genros (que são lindos, por dentro e por fora!), muitos de meus alunos que me são caros até hoje...
É, eu não soube escolher um companheiro para mim, mas Deus compensou-me com tantas pessoas especiais ao meu redor! Só tenho mesmo motivos para agradecer a Ele!

"Tô com sintomas de saudade, tô pensando em você..."

domingo, 18 de julho de 2010

Espero-te

Não sei se virás
Sei que te espero
Por toda a vida 
Se preciso for...

Venha quando quiseres
Estarei preparando o ninho
De aconchego e carinho
Enquanto te espero chegar...

Venha quando vieres
Mesmo que seja tarde
Haverá tempo 
Para vivermos nosso amor

Venha quando puderes
Mesmo que a vida se vá
E nada mais restar
Estarei a te esperar...

"Eu voltei por entre as flores da estrada
Pra dizer que sem você não há mais nada"

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Shrek

Hoje meu dia valeu a pena por causa do filme "Shrek". Levei João Guilherme e Maria Eduarda ao cinema. Já tinha lido alguma coisa sobre o filme, comentários mais ou menos negativos, mas gostei. 
Shrek, agora já casado com Fiona, transformou-se em um marido exemplar, um ótimo pai de família. E isso passa a incomodá-lo, porque ele sente que perdeu sua identidade de ogro. Quer assustar as pessoas e não ser considerado ídolo delas. Mas arrepende-se quando percebe que perdeu sua família. 
E fiquei lá, torcendo para que ele recuperasse o amor de todos que lhe eram caros. E quase levantei-me e bati palmas com as crianças quando o filme acabou. Certo, devia ter cedido a esse impulso, mas já dizem que sou louca por menos que isso!

Qualquer semelhança com a vida real não é mera coincidência! 
Como repetimos sempre essa mesma história! Estamos bem, felizes, em paz, mas damos um jeitinho de nos sentirmos infelizes e acabarmos com o que tínhamos de bom... Ou então, ficamos com medo de mudar a nossa vidinha, tão tranquila, e perdemos algo que poderia ser maravilhoso... Complicamos, quase sempre, o que era simples e como ficamos infelizes por isso! Correr atrás do prejuízo dá um trabalhão e nem sempre traz o resultado esperado. Mas somos humanos e errar faz parte de nossa vida, né?

Gosto de procurar algo em meu dia que tenha valido a pena e, graças a Deus, sempre tenho encontrado! Mesmo quando fico triste com alguma coisa, logo depois algo vem me trazer alegria, paz. E quando não vem, vou atrás. Procuro ouvir músicas que me dizem algo, leio textos de autores que considero ótimos ou então viajo. Viajo no pensamento e sonho. E faço, pelo menos, o sonho valer a pena... Mas isso é agora, depois de ter sido muito complicada, difíííícil... Entretanto, de que adianta a vida se não aprendemos a viver melhor? Vou caminhando, tropeçando, engatinhando, muitas vezes, mas sempre em frente!

sábado, 10 de julho de 2010

Anjo

Eu acredito em anjos. Acredito que eles nos acompanham, evitando, na medida do possível, os desastres que procuramos por impulsividade ou inexperiência. Também creio que eles nos protegem da maldade de quem está perdido no mundo e não consegue pensar em si mesmo, fazendo mal aos outros. Creio que eles ficam muito tempo ao nosso lado, mas que têm que se dividir entre algumas pessoas e, por isso, algumas coisas ruins nos acontecem, às vezes.
Meu anjo alado sempre tem muito trabalho, tenho consciência de que preciso dele, muito. Sempre fui impulsiva, intensa demais, "cabeça dura"...
Mas Deus, já sabendo como eu seria, como eu precisaria d'Ele, deu-me um anjo especial na Terra. Fez nascer como homem e deixou-me chamá-lo de amigo. Colocou-o em minha vida quando eu mais precisava: na adolescência, época difícil, sem meus pais. Época que deveria ser leve, sem preocupações, a não ser as primeiras descobertas, brincadeiras, carinhos...
Esse anjo me acompanha até hoje, à distância, ora por mim, fala comigo, aconselha-me, chama-me à razão quando é necessário. Faz com minha "bagagem" nessa vida seja mais leve e com que eu sempre me encontre, mesmo quando acho que estou irremediavelmente perdida...
E o mais interessante é que ele deve ter gostado do papel de anjo, pois incumbiu-se de tantas pessoas!
Tenho-o sempre presente em minha vida, mesmo que não o veja quase nunca. Isso não é importante. O que realmente importa é que estamos sempre em sintonia e que sei que posso contar com ele em qualquer situação, sempre!
Hoje sonhei com meu anjo da Terra. E vi suas asas no meu sonho. E, como sempre, ele me protegia...
Por isso quis falar sobre ele.
Obrigada, anjo,  por sempre insistir comigo. Obrigada por me fazer perceber que tenho você aí, orando e me amparando em todos os momentos. E que Deus continue abençoando-o para que você  seja muito feliz e para que possa continuar iluminando tantas pessoas, como faz comigo!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A árvore que florescia no inverno

Os sinais eram inequívocos. Aquelas nuvens baixas, escuras... O vento que sopravadesde a véspera, arrancando das árvores folhas amarelas e vermelhas. Não queriam partir... É, estava chegando o inverno. Deveria nevar. Viria então a tristeza, as árvores peladas, a vida recolhida para funduras mais quentes, os pássaros já ausentes, fugidos para outro clima, e aquele longo sono da natureza, bonito quando cai a primeira nevada, triste com o passar do tempo... Resolvi passear, para dizer adeus às plantas que se preparavam para dormir e fui, assim, andando, encontrando- as silenciosas e conformadas frente ao inevitável, o inverno que se aproximava. Qualquer queixa seria inútil.
Foi então que eu me espantei ao ver um arbusto estranho. Se fosse um ser humano certamente o internariam num hospício, pois lhe faltava o senso da realidade, não sabia reconhecer os sinais do tempo. Lá estava ele, ignorando tudo, cheio de botões, alguns deles já abrindo, como se a primavera estivesse chegando. Não resisti, e me aproveitando de que não houvesse ninguém por perto, comecei a conversar com ele, e lhe perguntei se não percebia que o inverno estava chegando, que os seus botões seriam queimados pela neve naquela mesma tarde. Argumentei sobre a inutilidade daquilo tudo, um gesto tão fraco que não faria diferença alguma. Dentro em breve tudo estaria morto...
E ele me falou, naquela linguagem que só as plantas entendem, que o inverno de fora não lhe importava, o seu era um ritmo diferente, o ritmo das estações que havia dentro. Se era inverno do lado de fora, era primavera lá dentro dele, e seus botões eram um testemunho da teimosia da vida que se compraz mesmo em fazer o gesto inútil. As razões para isto? Puro prazer. Ah! Há tantas canções inúteis, fracas para entortar o cano das armas, para ressuscitar os mortos, para engravidar as virgens, mas não tem importância, elas continuam a ser cantadas pela alegria que contém... E há os gestos de amor, os nomes que se escrevem em troncos de árvores, preces silenciosas que ninguém escuta, corpos que se abraçam, árvores que se plantam para gerações futuras, lugares que ficam vazios, à espera do retorno, poemas inúteis que se escrevem para ouvidos que não podem mais ouvir – porque alguma coisa vai crescendo por dentro, um ritmo, uma esperança, um botão, pela pura alegria, um gozo de amor. E me lembrei de uma frase de Alberto Camus: “No meio do inverno eu finalmente aprendi que havia dentro de mim um verão invencível”. Agradeci àquele arbusto silencioso o seu gesto poético.
Ah! Sim, quando os pássaros fugiam amedrontados eles levavam no seu vôo as marcas do inverno que se aproximava. Quando as árvores pintavam suas folhas de amarelo e vermelho era o seu último grito, um protesto contra o adeus, aquilo que de mais bonito tinham escondido lá dentro, para que todos chorassem quando elas lhes fossem arrancadas. Sim, eles sabiam o que os aguardava. E os seus gestos tinham aquele ar de tristeza inútil ante o inevitável. Mas aquele arbusto teimoso vivia em um outro mundo, num outro tempo. E, a despeito do inverno, ele saudava uma primavera que haveria de chegar e que naquele momento só existia como um desejo louco. As outras plantas, eu as encontrei como nós, realistas e precavidas, inteligentes e cuidadosas. Já o arbusto tinha aquele ar de criança sonhadora, uma pitada de loucura em cada botão, um poema em cada flor. As outras, se fossem gente, construiriam casas que as protegessem do frio. Já o meu arbusto faria liturgias que anunciam o retorno da vida. Porque liturgia é isso: florescer pela manhã mesmo se for nevar pela tarde.
E aí a alucinação teológica tomou conta da minha cabeça e me lembrei da canção do profeta Habacuque:

Embora a seca seque as fontes e os rios
E os campos fiquem esturricados,
E o gado morra de sede e fome;
E as queimadas devorem os pastos
E os machados transformem florestas verdes em desertos áridos,
E os palácios estejam cheios de corruptos –
A despeito disso minha alegria continuará a florir
E farei poemas diante do Impossível.

(Habacuque 3:17-18. Paráfrase)

Nos brotos do arbusto, as palavras do profeta: um gesto ao contrário de todas as evidências. A esse gesto se dá o nome de esperança.
Contaram-me que era costume, nas regiões de frio intenso, que as famílias levassem um arbusto para dentro de suas casas no inverno. Fora, a neve, as árvores peladas, adormecidas. Dentro, eles as regavam com água aquecida, fazendo-as florescer. Assim, vendo as flores, não se esqueceriam de que, em meio ao inverno, a primavera continuava escondida em algum lugar, à espera.
Quando as plantas florescem na primavera, ali os homens escrevem seus nomes nos troncos das árvores.
Mas quando as plantas florescem a despeito do inverno, ali os homens escrevem no vento o nome do Grande Mistério...
                                                                 Rubem Alves

domingo, 4 de julho de 2010

Atalhos

Quanto tempo a gente perde na vida? Se somarmos todos os minutos jogados fora, perdemos anos inteiros. Depois de nascer, a gente demora pra falar, demora pra caminhar, aí mais tarde demora pra entender certas coisas, demora pra dar o braço a torcer. Viramos adolescentes teimosos e dramáticos. Levamos um século para aceitar o fim de uma relação, e outro século para abrir a guarda para um novo amor, e já adultos demoramos para dizer a alguém o que sentimos, demoramos para perdoar um amigo, demoramos para tomar uma decisão. Até que um dia a gente faz aniversário. 37 anos. Ou 41. Talvez 48. Uma idade qualquer que esteja no meio do trajeto. E a gente descobre que o tempo não pode continuar sendo desperdiçado. Fazendo uma analogia com o futebol, é como se a gente estivesse com o jogo empatado no segundo tempo e ainda se desse ao luxo de atrasar a bola pro goleiro ou fazer tabelas desnecessárias. Que esbanjamento. Não falta muito pro jogo acabar. É preciso encontrar logo o caminho do gol.

Sem muita frescura, sem muito desgaste, sem muito discurso. Tudo o que a gente quer, depois de uma certa idade, é ir direto ao assunto. Excetuando-se no sexo, onde a rapidez não é louvada, pra todo o resto é melhor atalhar. E isso a gente só alcança com alguma vivência e maturidade.

Pessoas experientes já não cozinham em fogo brando, não esperam sentados, não ficam dando voltas e voltas, não necessitam percorrer todos os estágios. Queimam etapas. Não desperdiçam mais nada.

Uma pessoa é sempre bruta com você? Não é obrigatório conviver com ela.

O cara está enrolando muito? Beije-o primeiro.

A resposta do emprego ainda não veio? Procure outro enquanto espera.

Paciência só para o que importa de verdade. Paciência para ver a tarde cair. Paciência para sorver um cálice de vinho. Paciência para a música e para os livros. Paciência para escutar um amigo. Paciência para aquilo que vale nossa dedicação.
Pra enrolação...atalho.
                                                                                                           Martha Medeiros

"Se não eu, quem vai fazer você feliz?"

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Eclipse

Ontem fui ao cinema. Estava entediada aqui, as horas não passavam, os dias não passam mais desde segunda... Aí, resolvi sair e ir ao cinema pareceu-me a solução ideal. Duas horas passariam rapidamente. Era dia de estreia do terceiro filme da saga Crepúsculo, Eclipse, e adoro a história de amor daqueles vampiros... Sem falar do lobisomem, claro! Já li todos os livros!
Bem, na minha ingenuidade, imaginei que a sessão de 13h20 estaria vazia, como gosto quando estou sozinha. Afinal, ontem ainda era o último dia de aula, os alunos ainda não estavam de férias. Estava realmente tudo tranquilo quando comprei o ingresso, mas quando entrei na sala, m-e-u- D-e-u-s!
Todos os adolescentes de Anápolis, todos eles, estavam ali. E como falavam! Bem, fiquei ligeiramente incomodada, mas resolvi insistir e fiquei por lá. Entretanto, quando o filme começou foi um tormento: eu queria ver e ouvir (é, porque só veio para cá cópia dublada, veja se pode!) o que o casal dizia, mas a cada cena de amor os gritos eram ensurdecedores. E quando o Jacob aparecia, então? O cinema, o shopping inteiro quase vinham abaixo...
Claro que terei que ver o filme novamente! Perdi as melhores falas, com certeza!
Mas o que valeu a pena, certamente, foi o que Jacob disse sobre o imprinting (é quando você olha para alguém e a mágica acontece): que quando ele acontece, não é mais a gravidade que nos segura aqui, é a pessoa amada. Tá, pode ser melado demais, mas achei isso lindo! Um morando mesmo dentro do outro, fazendo carinhos, agrados...  Talvez seja mesmo um romantismo exagerado...rs
Bobagem pura! Mas ando assim, boba demais...rs

"Quando penso em você, fecho os olhos de saudade..."

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Sinto falta de ti

Sinto falta de ti...
do amigo, das histórias, dos sorrisos...

"sobretudo em certas manhãs
lavadas de azul como essa
onde o silêncio
parece repetir-me o teu nome
aos berros
como se fora eu, além de só,
completamente surda"...

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Sozinha

Acabou o jogo do Brasil. Parece que o fim de semana acabou agora também. Esse é o problema de não trabalhar fora: sempre temos a impressão de que os dias se arrastam. 
Adoro os fins de semana! Espero-os com ansiedade, como se estivesse trabalhando, mas hoje foi um dia triste. Não estou cansada. Dormi tanto esses dias! Muito mais do que precisava! 
No sábado participei de uma festa de Bodas de Prata de um casal amigo. Tudo muito lindo. Muito especial. Eles são especiais. Afinal, nos dias de hoje o mais comum é que não cheguemos aos vinte e cinco anos de casados... Comigo não foi assim?  
Casamos para viver a vida toda juntos. É isso que prometemos. É essa a nossa intenção. Pelo menos era a minha. Mas por que, então, casar quando se é tão jovem? Ah! São tantos os problemas na vida a dois... Se ambos não estão dispostos a viver bem, não há mesmo de dar certo.  
Meu casamento nunca deu certo. É, insisti sozinha nele por anos, muitos anos... Por que não me separei antes de tantos anos, então? Já me perguntaram isso. Também já me perguntaram por que tantos filhos também. Bem, os anos de casada mostram minha teimosia em salvar algo que morreu quase antes de nascer. Primeiro, eu queria amar e ser amada de forma igual. Bobagem! Como podemos comparar um amor? Sempre um ama mais que o outro? Ou não? Quando amamos o suficiente? Existe medida para o amor? 
Depois, eu pensava que nem todos tinham que ser felizes, que algumas pessoas nasceram para ser felizes e outras, não. E eu não tinha tido sorte...rs
Já tinha passado por tantos sofrimentos que mais um, tendo meus filhos comigo, não teria importância. 
E quanto a eles, meus filhos, não são tantos... Temos muito de algo quando podemos distribuir, dar a alguém o que nos sobra, e meus filhos nunca sobraram. São o que tenho de mais caro, de melhor. São eles que me fazem levantar até hoje e lutar para viver bem, com dignidade. 
Ouvi há pouco tempo que a mulher é a responsável pela vitória em um relacionamento. Discordo. Ambos são. A mulher, sozinha, não é capaz de salvar nada, de manter nada. Sei disso porque lutei, lutei muito e quem me conhece sabe disso, para viver meu casamento sempre, em comunhão. Mas comunhão de quê? Se não tínhamos nada em comum, por que nos casamos? 
Li um livro há alguns anos, de Richard Bach, chamado "Um". É um romance em que ele vive vidas paralelas, em dimensões diferentes. É interessate. Cada vida depende de uma escolha feita por ele. Sempre temos escolhas. Só que perdemos e ganhamos em nossas escolhas. No livro, não. Ele tinha várias vidas de acordo com as escolhas. Talvez isso fosse bom...
Também tive escolhas. Sempre. Podia não ter me casado, podia ter me separado com um mês de casada, quando começaram os problemas sérios, podia ter me separado depois e depois e depois... E sempre adiei. Que droga! Sempre tive um medo danado de ficar sozinha! Mas não vivi sozinha todos esses anos? Não vivi sozinha sempre? Não vivo sozinha até hoje? Não devia doer mais...
Melhor não pensar mais nisso. Até porque não adianta mesmo. Tive meus filhos e isso vale tudo que passei. Lembrando que passei porque eu quis. A responsabilidade pela vida que eu tive é toda minha. Tive escolhas. 
E agora, agora percebo que é melhor continuar assim, sozinha. Dói demais se entregar a alguém e não receber nada em troca. E não quero mais dor.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Férias

Férias... Normalmente, esse é um período feliz para mim, pois ser professora, apesar de ser o que mais gosto de fazer, é desgastante. Um período de descanso é necessário e merecido. Mas este ano eu preferia que as férias não tivessem chegado, ainda.
Meus netos ficaram comigo durante todo o período letivo e agora, que eles se vão, ficarei muito sozinha.
Entendo que eles têm que ficar com a mãe, que não sou só eu que os amo, mas ficará um vazio enorme aqui, em minha casa. Não ver mais os brinquedos espalhados, a casa cheia de cavalos, bois, laços será triste...
Não tê-los em meu quarto durante a noite, sabendo que estão quentinhos, dormindo em paz me deixará inquieta.
Tenho vivido tanto para eles! E isso me faz feliz.
A Duda já faz parte de minha vida há tantos anos! Mesmo não sendo neta de sangue, os laços que nos unem são maiores que isso, vão além disso. Adoção de neto é como adoção de filho . Não se ama menos por causa de sangue, com certeza. O bem que quero a eles é igual, o amor é incondicional.
João Guilherme é meu principezinho. Tão lindo! Tão dengoso! Certo, dengoso demais. Mas como não fazer o que ele quer, quando ele nos olha com aqueles olhinhos tão doces, tão azuis? rs
Ah! Sei que eles estarão perto, que poderei vê-los sempre durante este mês, mas cuidar deles é o que tem dado sentido à minha vida. 
Com certeza, julho vai demorar a passar!

"Eu não preciso de você nem para andar, nem para ser feliz, mas como seria bom andar e ser feliz ao seu lado..."

terça-feira, 22 de junho de 2010

Owzadia?

Saí há pouco para buscar minha filha no trabalho. Tenho que buscá-la três dias por semana porque ela sai mais tarde e não dá para vir sozinha. Logo que pisei lá fora vi a lua: linda, majestosa...

Como a lua me fascina! Mas não quero ser repetitiva e ficar falando dela, de novo.

Hoje estou meio melancólica e também ansiosa, esperando uma resposta de trabalho. Não gosto de esperar; sei que tenho que melhorar muito em relação a isto (e a muitas outras coisas, claro!), mas ainda chego lá. O certo é que estou meio "down".

Aí, voltando para casa vejo uma loja cujo nome é "Owzadia". Puxa, como alguém tem coragem de escrever isso e ainda usar como nome de loja? Ah, ousadia é bom, mas escrever errado, propositalmente, é triste. Já é um horror vermos quanto descaso há com a Língua do país onde nascemos e moramos, normalmente...

Como vemos por aí "quizermos, sorrizo, meia cansada, menas"! Isso pra não falar de plural e singular, masculino e feminino. Já ouvi dizerem "minha mãe é mau, professora", muitas vezes. Mau? A mãe? E o pai é o quê, então?

Ah, não é enjoo de professora de Português, não. Mas moramos no Brasil e a Língua falada aqui é o Português. Temos a obrigação de saber usar a Língua. Mesmo que haja variações, a ortografia, um mínimo de concordância devem ser respeitadas. Não vamos ser mais ousadas se comprarmos em uma loja que "ousa" escrever de forma tão absurda.

Certo, às vezes exagero, eu sei. Escrevo e-mails, que deveriam ser mais informais, sem abreviar, usando pronomes oblíquos (quase em extinção hoje em dia) e uma linguagem mais formal. Talvez até fale assim, quando não deveria. Mas aprendi e é difícil não usar. Não é frescura.


Já outras vezes pareço adolescente e falo ao telefone coisas tão bobas, tão ridículas que queria ver o chão se abrir para eu sumir. Não acredito que falei aquilo, que ri naquela hora! E gaguejo, quem sabe até falo errado! Mas isso não é o comum, é o momento, a pessoa, sei lá. O normal é eu falar usando o que sei. E o que não sei, procurar aprender. E onde errei, voltar atrás e consertar o erro.


"Gosto quando seu olhar
Quer te ver dentro do meu..."

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Para que serve uma relação?

Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com outra pessoa;à vontade para concordar com ela e discordar dela.  Para ter sexo sem "não-me-toques" ou para cair no sono logo após o jantar. 
Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos dadas. Para ter alguém que instale o som novo enquanto você prepara uma omelete. Para ter alguém com quem viajar para um país distante. Para ter alguém com quem ficar em silêncio sem que nenhum dos dois se incomode com isso.
Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir, e quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada e bonita a seu modo. 
Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações. Para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa, principalmente em casa. 
Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia, e cobrirem o corpo um do outro quando o cobertor cair. 
Uma relação tem que servir para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois.

                                                                                             Martha Medeiros 

"Se você vier, pro que der e vier comigo..." 

domingo, 20 de junho de 2010

Vazio

Hoje eu queria falar de alegria, de felicidade, de paz... Mas não consigo.
Estou triste.
A morte chega e nos leva sem que tenhamos terminado o que tínhamos para fazer. Ela não avisa a hora em que virá.
Leva as pessoas de quem gostamos, que nos são caras e não espera que os sonhos, projetos sejam realizados. Não espera que abracemos nossos queridos, que terminemos de ler o livro que começamos, que o ano letivo termine, que o amor aconteça...
E quando se é jovem, muito jovem?
Como entender a morte de quem ainda tem tanto para viver? Quem nem começou a realizar os sonhos? Quem nem teve tempo de sonhar ainda?
Como entender que pai e mãe voltem para casa e a encontrem vazia? Que não possam mais esperar pela volta do filho?
Hoje a dor é grande demais. Dor pela morte de alguém que vi nascer e, mesmo não sendo mais tão próximo, sua morte deixou um vazio em mim... 
Alguém que tinha apenas começado a viver...

sábado, 19 de junho de 2010

Cheguei!

Saudade de escrever aqui...
Estive viajando, mas logo escreverei de novo. Por enquanto, só posso dizer que tudo continua bem demais e que estou feliz. E olha, ser feliz é muito bom!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Riscos

Estava há pouco assistindo ao programa da Ana Maria. Já gostei mais do progrmaa, mas ultimamente ela faz uns apelos muito dramáticos. Mas hoje assisti e, provavelmente, não foi por acaso (creio que nada é). Levou-me a pensar no assunto...
O tema do programa foi "os solteiros". É incrível a procentagem de solteiros em nosso país!  Muito foi dito lá, coisas interessantes que me levaram a pensar que a maioria das pessoas, hoje, está solteira por opção, ou medo. Não é porque não encontram o parceiro "ideal" ou porque ninguém as procura, ninguém as quer. Aliás, o que é ser "ideal"? Não sou lá uma expert no assunto, mas não acredito mais que os diferentes se completam (já acreditei...rs), os opostos se atraem. Não. Isso é lei da Física. Penso que para estarmos mesmo com alguém temos que comungar dos seus interesses, gostar de fazer as coisas juntos, de dividir o dia, de se divertir, de ficar sozinho (a dois), tudo mesmo. Não é se anular e viver só o que o outro gosta. Não. É sentir prazer verdadeiro nas mesmas coisas. Caso contrário, um dos dois estará sempre frustrado, tentando agradar ao parceiro ou levando a vida de forma paralela, separados.
Não sei se me faço entender, mas um relacionamento, para ser ideal,  em minha opinião, tem que ser de dois parceiros. Mesmo que, às vezes, eu queira fazer algo que meu companheiro (não é companhia) não goste, a maioria das coisas faremos juntos. Por prazer. Porque estamos juntos por gostarmos de ficar juntos. Sem que isso seja regra, obrigação. Que isso seja prazer mesmo. Estou com você porque gosto, porque é aqui que eu quero estar, porque estar com você é o que me faz mais feliz nesse momento.
Acho que a maioria das pessoas pensa assim, como eu. Então, por que tantas pessoas estão sozinhas? Por que tantas pessoas "ficam" com outras por uma noite, sem nenhum compromisso? Sem tentar conhecer, sem se deixar conhecer?
Por medo, creio.
Temos medo de nos expor, de nos mostrar ao outro e ele não gostar. Optamos por desistir antes de ter tentando e isso é triste. Perdemos muitas oportunidades de encontrar nosso companheiro(a). 
É, companhia podemos ter, se quisermos, a qualquer hora, tanto faz sermos homens ou mulheres. 
Mas quão vazio é isso! 
Um parceiro, alguém que nos acompanhe, que faça nosso dia valer a pena, que se preocupe conosco, que nos faça feliz só por olhar-nos de forma diferente (como fala um olhar!), esse não teremos se não ousarmos arriscar.

"Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
E eu vou lembrar você"


terça-feira, 8 de junho de 2010

Saudade

Hoje vim mais cedo. Tenho sentido tanta saudade...
Saudade dos meus pais, vontade de abraçá-los, de tê-los comigo. Uma saudade mais forte do que o normal.  
Não pude dividir quase nada com eles. Medos, eu só pude dividir um, com meu pai: medo de morrer. Eu tinha tanto medo de morrer! Lembro-me dele, ao meu lado, de madrugada, conversando comigo sobre isso... Eu tinha medo de fechar os olhos e não acordar mais... E ele me confortou, aos poucos fez-me vencer esse medo... E eu era tão criança ainda...
Quantos mais ele teria me ajudado a vencer se estivesse comigo agora? Ele foi um pai tão presente!
Não pude contar minhas angústias de adolescente para minha mãe, não pude compartilhar com ela minhas vitórias no colégio... E como isso era importante para ela! Como ela se orgulharia!
Não pude contar-lhe de minhas paixões, dividir com ela a insegurança que sentia...
Faz 32 anos que não vejo meus pais. Podemos, sim, nos acostumar com a falta deles, com a saudade, mas entender... creio que não. Acostumamo-nos com o que é ruim também, infelizmente...
Penso que agora eles são anjos e que olham por nós, mas queria-os aqui, perto de mim. Queria vê-los com meus filhos, acompanhando-os, abraçando-os, como sei que gostariam de fazer.
Gostaria que eles se orgulhassem de mim... Toquei piano para minha mãe, estudei por ela também. Ela queria tanto que eu fosse diferente, que lesse menos, conversasse mais, que fosse menos tímida...
Os caminhos que segui, creio que não seriam os mesmos se eles estivessem aqui para aconselhar-me, para apoiar-me. Tive sempre comigo minha irmã/mãe/amiga, Mônica, claro! Mas ela era tão menina, tão frágil na sua força... E eu fui tão fraca tantas vezes, eu sei...
Agora, talvez, por minha vida, enfim, estar onde deveria sempre ter estado, a ausência de vocês dói mais. Ainda tenho inseguranças, ainda queria colo... 
Mas confio que Deus tem guardado, ao lado de vocês, o meu lugar. E que um dia estaremos juntos novamente. 
Peço licença à poeta para alterar seu poema, colocando-o no plural:

     Papai e mamãe
Se vocês soubessem
a falta que me fazem!
Eu sei:
vocês voltariam
e não morreriam
nunca mais.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Sacanagem

"Esta é a semana dos namorados, mas não vou falar sobre ursinhos de pelúcia nem sobre bombons. É o momento ideal pra falar de sacanagem.
Se dei a impressão de que o assunto será ménages à trois, sexo selvagem e práticas perversas, sinto muito desiludí-lo. Pretendo, sim, é falar das sacanagens que fizeram com a gente.
Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é racionado nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais rápido.
Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um", duas pessoas pensando igual, agindo igual, que isso era que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Ninguém nos disse que chinelos velhos também têm seu valor, já que não nos machucam, e que existe mais cabeças tortas do que pés.
Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que poderíamos tentar outras alternativas menos convencionais.
Sexo não é sacanagem. Sexo é uma coisa natural, simples - só é ruim quando feito sem vontade. Sacanagem é outra coisa. É nos condicionarem a um amor cheio de regras e princípios, sem ter o direito à leveza e ao prazer que nos proporcionam as coisas escolhidas por nós mesmos."
                                                                              Martha Medeiros/2003

sábado, 5 de junho de 2010

Passeio

Cheguei há pouco de um passeio que fiz com amigos, pessoas muito queridas. Que lugar lindo! Como foram agradáveis esses dias! Fomos para um lugar chamado Recanto Flor do Ipê, perto de Catalão. É um lugar próprio para eventos: casamentos, reuniões, festas, enfim. Fui convidada pela sogra de minhas filhas. Foi a família dela: mãe, irmãos, cunhadas, sobrinho... Como fui bem acolhida! São pessoas muito especias e muito queridas mesmo.
Bem, lá todos nos divertimos muito, os meninos desceram em um toboágua, na tirolesa, passearam de canoa... Tocaram violão, ouvimos músicas o tempo todo.
Agora, eu fiquei frustrada, muito frustrada.Vi os meninos descendo na tirolesa e me deu uma vontade danada de descer também! Puxa, eu já enfrentei tantos medos! Fui, toda serelepe, subindo no morro onde ficava o metro quadrado (ou pouco mais que isso) para me arrumar com a tal cadeirinha da tirolesa. Olha, consegui subir o primeiro lance de escadas (precárias, por sinal) e fiquei esperando minha vez para subir o próximo. Tirei o tênis, levantei minha "leg" e subi. A escada dava a impressão de que ia cair (talvez para mim, que sou medrosa demais com escadas). Era daquelas que a gente encosta na parede e sobe... Subi e sentei-me no metro quadrado para  a preparação. Mas, gente, de verdade, não consegui me levantar. E não dava para me preparar sentada, né? Quando eu olhava para baixo ficava tão tonta que não sabia mais nem como descer! Que vexame! Todo mundo gritando e torcendo por mim e eu ali, como uma barata tonta... Terminei reunindo o último restinho de coragem que ainda tinha e desci. Nem me lembro como, de verdade! 
Mas isso foi extremamente frustante! Eu achava que ia mesmo descer naquela corda! 
Bem, não sei se terei coragem, algum dia, de tentar outra vez isso. Ou algo que envolva altura. Não consigo mesmo superar esse medo, o que é ruim, péssimo.
Apesar dessa frustração, esses dias foram muito bons. 
Dona Luzia, mãe dos irmãos que lá estavam, quebrou o braço, mas está bem, graças a Deus. Foi um susto, mas ela é forte, tranquila. Hoje almoçamos na sua casa, em Pires do Rio. 
Que lugar aconchegante! Sabe aquele lugar onde respiramos calma, paz? Pois é lá mesmo! Ela me contou histórias de quando os filhos eram pequenos, de como era sua vida... Mostrou-me fotografias dos filhos, dos netos... 
Estou feliz. Sou feliz. Tenho vivido muito bem este ano. Creio que agora chegou a tal bonança que vem depois das tempestades...


"Eu só quero saber em qual rua
A minha vida vai encostar na tua."


sábado, 29 de maio de 2010

O coelho

Ah! Hoje eu não podia deixar de vir aqui! Vi um coelhinho na lua! Isso mesmo, e olha que nunca tinha ouvido falar disso... Até a história do coelhinho eu fiquei conhecendo. E como é bonitinha, delicada!
Diz a lenda que o coelho, o macaco e a raposa eram muito bons e amigos. Nunca brigavam. E Deus resolveu comprovar essa amizade. Veio ao mundo com um corpo mais velho e deitou-se à sombra de uma árvore, perto de onde eles brincavam. Logo os animaizinhos foram ver quem era aquele senhor deitado ali e se o mesmo precisava de alguma coisa. Deus disse que estava faminto e doente, o que fez com que os amigos saíssem logo à procura de algo que O saciasse. A raposa encontrou umas galinhas e levou-as, o macaco achou bananas e também voltou logo para levá-las ao velhinho, mas o coelho demorava muito...
Depois de umas cinco horas, ele chegou cansado, machucado, sangrando... Disse que tinha tentando pegar uma caça, mas que não havia conseguido e ofereceu-se, então, como alimento para Deus, jogando-se no caldeirão onde estavam já fervendo as galinhas. Por isso, Deus deixou-o ficar, para sempre, na lua...
Não é lindo isso? Talvez por isso dizem que só os apaixonados conseguem ver o coelhinho. Só quem ama pode se doar assim, inteiramente...

“Também acho uma delícia quando você esquece os olhos em cima dos meus.”

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Meus filhos

Puxa, assustei-me agora! Vim dar uma olhada no blog e vi um comentário novo. Fui olhar, claro, e vi o comentário como se fosse meu! Engraçado como deu tempo de pensar até  que sou sonâmbula antes de ler...rs
Mas o comentário é da minha filha, linda... 
Não falei de todos eles aqui. E agora, com a sensação gostosa de ser amada resolvi falar deles, dos meus filhos.
Tenho quatro, já falei. Mas não falei da loucura, da vontade enorme que eu tinha de ser mãe. Desde bem pequena eu sonhava com isso. Meus cadernos de adolescente eram cheios de figuras de bebês. Penso que nasci para ser mãe.
Marlon Antonio é o primeiro. Foi tão desejado, tão sonhado! E chegou trazendo tudo que eu esperava: um bebê lindo, o meu Pequeno Príncipe! Sempre responsável, com aquela carinha de gente grande, tão inteligente! Claro, puxou a mãe! rs
Sempre foi ótimo na escola, sempre querendo muito, sonhando demais... Também nisso puxou a mãe. Trouxe-me sempre alegrias e algumas preocupações, claro, principalmente quando resolveu ser escolteiro e queria ir acampar com os outros. Meu Deus, ele tem bronquite, passava muito mal e voltava desses acampamentos péssimo. Tínhamos algumas discussões por causa disso. Também penso que exigi muito dele, é o mais velho e meu maior amigo. Não posso dizer que é o melhor por causa dos outros filhos...rs
Brigava comigo porque sempre acordei de bom humor. Dizia que é indecente alguém gostar de acordar cedo! Veja se pode! rs
Mas ele nunca me decepcionou. E até hoje é forte, sonhador e corre atrás dos seus sonhos. Também é sarcástico, crítico, doce, forte. Não tem medo de ser feliz e admiro-o muito por isso. Eu mesma já tive medo por ele, mas a força que ele tem é de alguém maduro, que já sofreu e sabe lidar com isso. Confio nele. Estou sempre lá, quando ele vai apresentar algum dos seus sonhos. Pode acreditar, filho, sou sua maior fã.
Depois veio o Marcos. Já falei dele aqui, no seu aniversário. Meu menino tão querido, tão especial.
Aí, fiquei com medo, a vida era muito difícil, dois filhos eram tanta responsabilidade! Fiquei só com os dois por quase quatro anos. Aí, por um descuido abençoado veio a Mariana. Que linda desde que nasceu! E que temperamento!
Desde bem pequena resolvia tudo do jeito que queria. Muito difícil fazer algo contra sua vontade! E como era e ainda é apegada comigo! Sempre ciumenta, possessiva, autoritária! Mas responsável, parceira, amiga. Amiga mesmo, leal. Aliás, ela é a pessoa mais leal que conheço, em todos os aspectos. Sempre sofreu por causa dos outros, com as faltas, as deslealdades que cometiam. Menina linda, simpática, preocupada demais com todos. Muitas vezes, mais minha mãe que eu dela. Cuidadosa, carinhosa, maravilhosa! É uma pessoa com quem se pode contar, sempre! É amiga mesmo, para o der e vier.
E aí parei. Bem que eu queria ter cinco filhos, mas tinha feito três cesarianas, não convinha arriscar, segundo meu médico. Certo, pensei que tivesse parado.
Mas Deus é quem resolve nossa vida e ele ainda tinha mais um presente para mim: Maria Luísa. Ela veio, também linda, um bebê gordinho, uma criança dengosa, birrenta, dorminhoca. Isso ela é até hoje.
Mas também é uma filha perfeita. Uma mulher linda, com traços tão perfeitos que parecem desenhados. Vaidosa, amorosa, carinhosa. E cheia de cuidados comigo, como todos os outros. Ainda um pouco insegura em relação à vida, mas forte, descobrindo como é ser gente grande.
Ah! Ainda tenho montes de coisas para falar deles, poderia passar dias aqui, mas voltarei ainda a esse assunto, com certeza.
E ainda tenho filhas que a vida foi me trazendo, pessoinhas especiais que dividiram comigo um pedaço de minha vida. Falarei delas depois.
Há algum tempo atrás Deus presenteou-me com dois netos: uma menina linda, escolhida por mim, do meu coração, e um neto, filho do Marcos. São meus mais novos tesouros. 
Sou uma pessoa privilegiada, devo ter muito crédito com Ele. Mesmo errando muito- filhos vêm sem manual de instrução- acho que acertei um pouco. Criei filhos honestos, leais, bons. E sou feliz por isso.
E quem sabe Deus ainda tem algum outro presente para mim? Estou aberta para todos que vierem, sempre!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

"Desaprender para aprender. Deletar para escrever em cima.
Houve um tempo em que eu pensava que, para isso, seria preciso nascer de novo, mas hoje sei que dá pra renascer várias vezes nesta mesma vida. Basta desaprender o receio de mudar"
                                                                    Martha Medeiros

terça-feira, 25 de maio de 2010

Lembranças

Essa noite não consegui dormir. Quer dizer, dormi até as 3h, o que não é muito para uma dorminhoca como eu. Aliás, não é muito pra ninguém. Mas ando gripada e deitar é uma tortura. 
E aí a cabeça não para. Ela já não para normalmente, mas à noite, com aquele silêncio completo é uma beleza! Mil histórias passam por ela, reais e imaginárias...
Fiquei andando pela casa, tentando me cansar, até que resolvi reler diários, rever lembranças...
Sorri ao ler coisas que escrevi, fotos que guardei... Tanta vida eu já vivi! 
Conheci de tudo um pouco: lágrimas, sorrisos, dores, esperanças e sonhos, sempre... Muitos sonhos!
Tantos sentimentos fzeram-me ser essa pessoa que sou hoje!
Mas constatar que estou bem, em paz faz-me feliz. 
Fiquei diante do espelho observando as marcas na minha pele. Cada uma delas conta uma história e isso faz com que todas mereçam estar ali... Mas aprendi muito com elas. Tento amenizá-las, claro! Sou vaidosa como qualquer mulher, mas vivo de acordo com minha idade. Sem me envergonhar do que vivi. Não mais.
Cada sorriso, cada dor são responsabilidade minha. O outro não tem o poder de nos machucar se não quisermos ou deixarmos. Assumo minha responsabilidade com minha vida. Com tudo que vivi.
Tenho tido um cuidado especial com minha cabeça, com minha mente. Alimentá-la com esperanças, alegrias, sonhos é que faz-me bem assim.
Ainda tenho algumas coisas a me perdoar. Mas tenho tentado a cada dia ser melhor comigo, cuidar mais de mim, coisa que meus filhos fazem muito bem: cuidam de mim. São os anjos que Deus mandou para que eu percebesse que tudo vale a pena. E tudo vale, sim, a pena, se pudermos aprender com os erros e continuar em frente, alimentando a alma com sonhos, com amor...

"Porque em tão pouco tempo, faz tanto tempo que eu te queria..."

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A lua

Eu ia me deitar quando vi a lua da minha janela. Mesmo ainda não estando cheia, ela está linda. Já não é um sorriso no céu, está crescendo, mas é sempre soberana. Sou mesmo privilegiada...
Vejo a lua da janela do meu quarto, vejo o sol nascer da janela de minha cozinha. 
Tenho filhos maravilhosos, os que nasceram de mim e os que fui conhecendo e amando nessa vida. Tenho amigos que são únicos. Poucos, mas especialíssimos!
Tive oportunidade de realizar muitos sonhos e ainda tenho coragem de continuar sonhando...
Estive pensando em algo que um amigo me disse, um dia: que representamos papéis na vida. Somos e agimos de forma diferente em cada situação. Concordo.
Mas agora sou mais eu em todas as situações. Sair daqui de Anápolis fez-me resgatar a Mary que estava escondida. Aquela que é de verdade. Que acredita na vida. Que faz as coisas porque gosta, porque quer fazer e não para agradar aos outros. Um pouco mais louca, mas muito mais feliz. Sem medo.
Canto, danço sozinha, caminho, corro, cozinho, deito no chão e escuto a água caindo de uma bica no paraíso (já falei dele aqui) e olho o pôr-do-sol sempre... Como gosto dessa hora, do entardecer. Não dá a impressão de que é uma hora mágica, em que tudo pode acontecer? Penso que sim...
Mas viver em paz, com pessoas queridas não tem preço.
Bem, creio que falei demais... Estou com sono... Mas escrever aqui é gostoso.  No início fiquei constrangida, mas meu filho (Marlon Antonio, queridíssimo) me disse que o segredo é não se preocupar com quem vai ler. Ou fingir que ninguém lerá...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Pensar é transgredir

"Muito do que gastamos (e nos desgastamos) nesse consumismo feroz podia ser negociado com a gente mesmo: uma hora de alegria em troca daquele sapato. Uma tarde de amor em troca da prestação do carro do ano; um fim de semana em família em lugar daquele trabalho extra que está me matando e ainda por cima detesto.
Não sei se sou otimista demais, ou fora da realidade. Mas, à medida que fui gostando mais do meu jeans, camiseta e mocassins, me agitando menos, querendo ter menos, fui ficando mais tranqüila e mais divertida. Sapato e roupa simbolizam bem mais do que isso que são: representam uma escolha de vida, uma postura interior.
Nunca fui modelo de nada, graças a Deus. Mas amadurecer me obrigou a fazer muita faxina nos armários da alma e na bolsa também. Resistir a certas tentações é burrice; mas fugir de outras pode ser crescimento, e muito mais alegria.
Cada um que examine o baú de suas prioridades, e faça a arrumação que quiser ou puder.
Que seja para aliviar a vida, o coração e o pensamento - não para inventar de acumular ali mais alguns compromissos estéreis e mortais."
Lya Luft

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Feliz aniversário!

Hoje é aniversário do meu filho, Marcos. Meu segundo filho. Ele faz, hoje, 25 anos. Meu Deus, como o tempo passa rápido! Lembro-me dele no dia em que nasceu, tão pequeno, tão frágil... Nasceu prematuro e foi tudo tão corrido... As cenas que me vêm à memória são de correria na sala de parto. Nem queriam que eu o visse, pois ele tinha que ir para a UTI.
Letras horríveis, quando juntas: UTI.
Uma das situações mais tristes ( e olha que já passei por muitas) que passei em minha vida foi chegar em casa, depois do parto, sem meu filho nos braços. Que sensação ruim! Deixá-lo lá, em um lugar tão frio, com pessoas que não o conheciam, não o amavam como eu!
Mas graças a Deus, depois de 10 dias ele veio para casa. Tão pequeno que cabia em uma caixa de sapatos! Mamava 30 ml de leite e sentia-se satisfeito por horas.
Como fiquei agoniada vendo que ele demorava a se desenvolver! Como foram difícieis os 4 primeiros meses! Mas depois desse tempo ele cresceu e recuperou-se rápido. E como ficou lindo! Foi o meu bebê mais bonito.
Entretanto, precisou sempre de muita atenção e cuidados. Como se machucava! Sempre caía, levava pontos, quebrava dentes e até a língua ele cortou quase na metade, um dia!
Na escola era um dos mais levados, o terror das professoras. E não gostava de estudar. Claro! Por isso, tinha tempo de sobra para fazer bagunça...
Depois, passou por uma fase difícil e, logo na adolescência, teve que usar muitos aparelhos: nos dentes, na coluna, óculos muito fortes... Sentiu-se feio, desajeitado. E ainda tinha as espinhas no rosto! Deve ter sofrido muito...
E como somos impotentes nessas horas! Como eu podia ajudá-lo, se o que ele queria era não ter que usar nada daquilo, mas isso era necessário?
Agora, ele faz 25 anos... Os filhos crescem, vão por direções opostas das que imaginamos para eles e não podemos fazer nada, a não ser apoiá-los, ajudá-los. É dolorido pensar que não podemos protegê-los durante toda sua vida, que não podemos evitar-lhes o sofrimento, que eles terão que cometer erros que já cometemos e não temos como afastá-los disso.
O que posso fazer e faço, todos os dias, é agradecer a Deus pelos filhos que tenho, por eles serem assim, maravilhosos, por caminharem no bem e serem tão meus amigos! E o que desejo hoje a você, filho, é que seja muito feliz. E mesmo que eu não possa mais fazê-lo dormir em meu colo, estarei aqui para embalá-lo sempre que o mundo estiver pesado demais ou quando você sentir que precisa de meu aconchego. Feliz aniversário!

domingo, 16 de maio de 2010

Felicidade

"Diz Guimarães Rosa que “felicidade só em raros momentos de distração...“ Certo. Ela vem quando não se espera, em lugares que não se imagina.
Dito por Jesus: “É como o vento: sopra onde quer, não sabes donde vem nem para onde vai...“ Sabedoria é a arte de provar e degustar a alegria, quando ela vem. Mas só dominam essa arte aqueles que têm a graça da simplicidade. Porque a alegria só mora nas coisas simples."
E a vida é simples, se quisermos. Pode ser cheia de paz também. É assim a felicidade: simplicidade, paz...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Hoje

Engraçado... Sabe aqueles dias que não prometem nada? Bem, até prometiam, porque eu ia para a chácara hoje e adoro ir para lá. Mas ontem fiquei sabendo que nossa ida foi adiada, então o dia de hoje seria mais um. Só isso.
Mas de repente, sem motivo aparente, o dia ficou mais colorido e eu muito feliz. E eu acordei normal, como todos os dias. Normal quer dizer bem. Mas bem não é muito feliz, oras!
Ficar em casa, fazendo só esse trabalho de mãe e dona de casa não me dá prazer. Gosto mesmo é de ir para a Escola, de estar com as crianças, adolescentes... Gosto de interagir, rir com eles, ouvir as histórias... Quantas histórias!
Mas estou em casa, por enquanto. Espero que seja por pouquíssimo tempo agora. Já estou no banco de reserva há tempo demais. E até o serviço por aqui será mais prazeroso quando eu tiver uma Escola para ir todos os dias.
Bem, mas voltando ao dia de hoje: levei meus netos para a casa da mãe. Normalmente, essa é uma hora triste para mim. Gosto de ficar com eles. Mas todos gostam, né? E eles também querem ficar com a mãe, com a outra avó...
Mesmo assim, mesmo estando sem eles, estou feliz.
Talvez seja porque o dia está acabando e vou amanhã para a chácara. Aí, sim, esqueço-me de tudo e fico em paz. Será que todos têm algum lugar assim, onde ficam completamente em paz? Isso devia ser essencial, lei: um lugar de refúgio. Onde descanso de mim mesma, dos outros, da vida. E que loucura! Apesar de ter um descanso da vida, quanta vida há nesses momentos!
O que vale mesmo a pena é o que sentimos, os momentos que vivemos e as pequenas coisas que nos deixam felizes, como algumas horas passadas ao lado de pessoas especiais que nos fazem bem.

"Se você não se atrasar demais, posso te esperar a vida inteira."

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Nossas mãos/ 1993

Se eu tivesse a tua mão na minha
Iria por caminhos insondáveis
Iria por lugares inimagináveis
Se a tua mão estivesse na minha

Se eu tivesse a tua mão na minha
Diria: Vem, me defenda da solidão
Seja meu escudo, meu bem...
E nunca mais seguiria sozinha

Se tu ao meu lado caminhasses
Com a tua mão na minha, elo profundo
Teria a segurança, o amor, a vida
E enfrentaria tudo, tudo: o próprio mundo!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

CANÇAO DAS MULHERES

Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

Que o outro sinta quanto me dói a idEia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.

Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''

Que quando, sem querer, eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.
Lya Luft

terça-feira, 11 de maio de 2010

Sonho

Hoje acordei com uma sensação gostosa... Sonhei com o amor que espero, um dia...
Ah! Já tive quinze anos. Tive dezoito. Tive trinta. Sofri, chorei, amei, fui feliz. Pensei que nunca mais aconteceria e vejo-me, de novo, desejando que o amor aconteça.
Cheguei a pensar que estava despedaçada, mas sabe que consegui juntar os pedaços e ficar inteira, de novo?
Talvez eu seja patética, ridícula mesmo (muito louca, talvez) por esperar um amor nessa altura da vida, mas um amor calmo, intenso, companheiro seria divino!
Um amor em que coubéssemos os dois, juntos, seria perfeito!
Tenho muita companhia e adoro isso! Vivi muita solidão ano passado, em São Paulo (não que eu me arrependa um milímetro de tudo que vivi e que deixei de viver. Foi necessário, importante). Fiz minha escolha e tentei vivê-la da melhor forma possível, mas estar em companhia de meus filhos e netos é uma delícia! E os amigos, então! Perfeito!
Poder cuidar deles, compartilhar as descobertas, as alegrias e as dores é mais do que pedi a Deus.
Mas um novo amor será bem-vindo. Um dia. Com calma. Sem pressa. Com serenidade. E um pouco de loucura, claro! Um amor que seja eterno, mesmo que, de novo, o destino venha dividir nossos caminhos.
E aí recomeçaremos, mais uma vez...

segunda-feira, 10 de maio de 2010

PUDIM

Não há nada que me deixe mais frustrada
do que pedir Pudim de sobremesa,
contar os minutos até ele chegar
e aí ver o garçom colocar na minha frente
um pedacinho minúsculo do meu pudim preferido.
Um só.
Quanto mais sofisticado o restaurante,
menor a porção da sobremesa.
Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência,
comprar um pudim bem cremoso
e saborear em casa com direito a repetir quantas
vezes a gente quiser,
sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.
O PUDIM é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano..
A vida anda cheia de meias porções,
de prazeres meia-boca,
de aventuras pela metade.
A gente sai pra jantar, mas come pouco.
Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.
Conquista a chamada liberdade sexual,
mas tem que fingir que é difícil
(a imensa maioria das mulheres
continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').
Adora tomar um banho demorado,
mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.
Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo,
mas tem medo de fazer papel ridículo.
Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD,
esparramada no sofá,
mas se obriga a ir malhar.
E por aí vai.
Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar',
tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...
Aí a vida vai ficando sem tempero,
politicamente correta
e existencialmente sem-graça,
enquanto a gente vai ficando melancolicamente
sem tesão...
Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado'.
Deixar de lado a régua,
o compasso,
a bússola,
a balança
e os 10 mandamentos.
Ser ridícula, inadequada, incoerente
e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito.
Recusar prazeres incompletos e meias porções.
Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou
e disse uma frase mais ou menos assim:
'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'...
Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem,
podemos (devemos?) desejar
vários pedaços de pudim,
bombons de muitos sabores,
vários beijos bem dados,
a água batendo sem pressa no corpo,
o coração saciado.
Um dia a gente cria juízo.
Um dia.
Não tem que ser agora.
Por isso, garçom, por favor, me traga:
um pudim inteiro
um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order',
uma caixa de trufas bem macias
e o Brad Pitt, embrulhado pra presente.
OK?
Não necessariamente nessa ordem.
Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago.
Martha Medeiros