segunda-feira, 28 de junho de 2010

Sozinha

Acabou o jogo do Brasil. Parece que o fim de semana acabou agora também. Esse é o problema de não trabalhar fora: sempre temos a impressão de que os dias se arrastam. 
Adoro os fins de semana! Espero-os com ansiedade, como se estivesse trabalhando, mas hoje foi um dia triste. Não estou cansada. Dormi tanto esses dias! Muito mais do que precisava! 
No sábado participei de uma festa de Bodas de Prata de um casal amigo. Tudo muito lindo. Muito especial. Eles são especiais. Afinal, nos dias de hoje o mais comum é que não cheguemos aos vinte e cinco anos de casados... Comigo não foi assim?  
Casamos para viver a vida toda juntos. É isso que prometemos. É essa a nossa intenção. Pelo menos era a minha. Mas por que, então, casar quando se é tão jovem? Ah! São tantos os problemas na vida a dois... Se ambos não estão dispostos a viver bem, não há mesmo de dar certo.  
Meu casamento nunca deu certo. É, insisti sozinha nele por anos, muitos anos... Por que não me separei antes de tantos anos, então? Já me perguntaram isso. Também já me perguntaram por que tantos filhos também. Bem, os anos de casada mostram minha teimosia em salvar algo que morreu quase antes de nascer. Primeiro, eu queria amar e ser amada de forma igual. Bobagem! Como podemos comparar um amor? Sempre um ama mais que o outro? Ou não? Quando amamos o suficiente? Existe medida para o amor? 
Depois, eu pensava que nem todos tinham que ser felizes, que algumas pessoas nasceram para ser felizes e outras, não. E eu não tinha tido sorte...rs
Já tinha passado por tantos sofrimentos que mais um, tendo meus filhos comigo, não teria importância. 
E quanto a eles, meus filhos, não são tantos... Temos muito de algo quando podemos distribuir, dar a alguém o que nos sobra, e meus filhos nunca sobraram. São o que tenho de mais caro, de melhor. São eles que me fazem levantar até hoje e lutar para viver bem, com dignidade. 
Ouvi há pouco tempo que a mulher é a responsável pela vitória em um relacionamento. Discordo. Ambos são. A mulher, sozinha, não é capaz de salvar nada, de manter nada. Sei disso porque lutei, lutei muito e quem me conhece sabe disso, para viver meu casamento sempre, em comunhão. Mas comunhão de quê? Se não tínhamos nada em comum, por que nos casamos? 
Li um livro há alguns anos, de Richard Bach, chamado "Um". É um romance em que ele vive vidas paralelas, em dimensões diferentes. É interessate. Cada vida depende de uma escolha feita por ele. Sempre temos escolhas. Só que perdemos e ganhamos em nossas escolhas. No livro, não. Ele tinha várias vidas de acordo com as escolhas. Talvez isso fosse bom...
Também tive escolhas. Sempre. Podia não ter me casado, podia ter me separado com um mês de casada, quando começaram os problemas sérios, podia ter me separado depois e depois e depois... E sempre adiei. Que droga! Sempre tive um medo danado de ficar sozinha! Mas não vivi sozinha todos esses anos? Não vivi sozinha sempre? Não vivo sozinha até hoje? Não devia doer mais...
Melhor não pensar mais nisso. Até porque não adianta mesmo. Tive meus filhos e isso vale tudo que passei. Lembrando que passei porque eu quis. A responsabilidade pela vida que eu tive é toda minha. Tive escolhas. 
E agora, agora percebo que é melhor continuar assim, sozinha. Dói demais se entregar a alguém e não receber nada em troca. E não quero mais dor.

2 comentários:

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  2. Amiga,
    Não sei quem lhe disse que a mulher é a culpada de um relacionamento não ter dado certo. Se foi uma mulher...é com certeza uma idiota, invejosa. Se foi um homem...é um machista de primeira e um idiota também. Não existe um relacionamento de uma só pessoa, Mary. Em qualquer tipo de relação, seja elehomossexual ou heterossexual, de qualquer jeito, são dois. É uma dupla. Então, a responsabilidade é bilateral. Ambos são responsáveis pelas vitórias, assim como pelas derrotas, que há em qualquer relaciomanento e são em números bem maiores. Daí, eu te falo, você fez de um tudo pelo seu casamento. Você aguentou o que mulher nenhuma aguentaria. E já te disse, você é uma vitóriosa. Você é uma mulher nota 10 (nossa, brega isso, né, Mary?), mas é verdade! E com relação a uma reconstrução de sua vida amorosa, o tempo é o melhor remédio. E acho que, a bem da verdade, na vida, mesmo estando em dois, estamos sempre sozinhos (filosofei rsrs) e, isso, não é só você não. Todos nós de um jeito ou outro estamos sós. E, na hora certa, tenho certeza, que Deus te dará uma pessoa que ame você de uma maneira especial e que você também o ame. Eu quero e espero isso prá mim e tudo que eu quero de bom prá mim, eu quero para as minhas amigas, que são em pequenos números, mas são tão valorosas. Beijos e fique com Deus.
    Abraços!

    GlabyCristine
    (Desculpe usar desse expediente para conversar com você).

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