sábado, 29 de maio de 2010

O coelho

Ah! Hoje eu não podia deixar de vir aqui! Vi um coelhinho na lua! Isso mesmo, e olha que nunca tinha ouvido falar disso... Até a história do coelhinho eu fiquei conhecendo. E como é bonitinha, delicada!
Diz a lenda que o coelho, o macaco e a raposa eram muito bons e amigos. Nunca brigavam. E Deus resolveu comprovar essa amizade. Veio ao mundo com um corpo mais velho e deitou-se à sombra de uma árvore, perto de onde eles brincavam. Logo os animaizinhos foram ver quem era aquele senhor deitado ali e se o mesmo precisava de alguma coisa. Deus disse que estava faminto e doente, o que fez com que os amigos saíssem logo à procura de algo que O saciasse. A raposa encontrou umas galinhas e levou-as, o macaco achou bananas e também voltou logo para levá-las ao velhinho, mas o coelho demorava muito...
Depois de umas cinco horas, ele chegou cansado, machucado, sangrando... Disse que tinha tentando pegar uma caça, mas que não havia conseguido e ofereceu-se, então, como alimento para Deus, jogando-se no caldeirão onde estavam já fervendo as galinhas. Por isso, Deus deixou-o ficar, para sempre, na lua...
Não é lindo isso? Talvez por isso dizem que só os apaixonados conseguem ver o coelhinho. Só quem ama pode se doar assim, inteiramente...

“Também acho uma delícia quando você esquece os olhos em cima dos meus.”

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Meus filhos

Puxa, assustei-me agora! Vim dar uma olhada no blog e vi um comentário novo. Fui olhar, claro, e vi o comentário como se fosse meu! Engraçado como deu tempo de pensar até  que sou sonâmbula antes de ler...rs
Mas o comentário é da minha filha, linda... 
Não falei de todos eles aqui. E agora, com a sensação gostosa de ser amada resolvi falar deles, dos meus filhos.
Tenho quatro, já falei. Mas não falei da loucura, da vontade enorme que eu tinha de ser mãe. Desde bem pequena eu sonhava com isso. Meus cadernos de adolescente eram cheios de figuras de bebês. Penso que nasci para ser mãe.
Marlon Antonio é o primeiro. Foi tão desejado, tão sonhado! E chegou trazendo tudo que eu esperava: um bebê lindo, o meu Pequeno Príncipe! Sempre responsável, com aquela carinha de gente grande, tão inteligente! Claro, puxou a mãe! rs
Sempre foi ótimo na escola, sempre querendo muito, sonhando demais... Também nisso puxou a mãe. Trouxe-me sempre alegrias e algumas preocupações, claro, principalmente quando resolveu ser escolteiro e queria ir acampar com os outros. Meu Deus, ele tem bronquite, passava muito mal e voltava desses acampamentos péssimo. Tínhamos algumas discussões por causa disso. Também penso que exigi muito dele, é o mais velho e meu maior amigo. Não posso dizer que é o melhor por causa dos outros filhos...rs
Brigava comigo porque sempre acordei de bom humor. Dizia que é indecente alguém gostar de acordar cedo! Veja se pode! rs
Mas ele nunca me decepcionou. E até hoje é forte, sonhador e corre atrás dos seus sonhos. Também é sarcástico, crítico, doce, forte. Não tem medo de ser feliz e admiro-o muito por isso. Eu mesma já tive medo por ele, mas a força que ele tem é de alguém maduro, que já sofreu e sabe lidar com isso. Confio nele. Estou sempre lá, quando ele vai apresentar algum dos seus sonhos. Pode acreditar, filho, sou sua maior fã.
Depois veio o Marcos. Já falei dele aqui, no seu aniversário. Meu menino tão querido, tão especial.
Aí, fiquei com medo, a vida era muito difícil, dois filhos eram tanta responsabilidade! Fiquei só com os dois por quase quatro anos. Aí, por um descuido abençoado veio a Mariana. Que linda desde que nasceu! E que temperamento!
Desde bem pequena resolvia tudo do jeito que queria. Muito difícil fazer algo contra sua vontade! E como era e ainda é apegada comigo! Sempre ciumenta, possessiva, autoritária! Mas responsável, parceira, amiga. Amiga mesmo, leal. Aliás, ela é a pessoa mais leal que conheço, em todos os aspectos. Sempre sofreu por causa dos outros, com as faltas, as deslealdades que cometiam. Menina linda, simpática, preocupada demais com todos. Muitas vezes, mais minha mãe que eu dela. Cuidadosa, carinhosa, maravilhosa! É uma pessoa com quem se pode contar, sempre! É amiga mesmo, para o der e vier.
E aí parei. Bem que eu queria ter cinco filhos, mas tinha feito três cesarianas, não convinha arriscar, segundo meu médico. Certo, pensei que tivesse parado.
Mas Deus é quem resolve nossa vida e ele ainda tinha mais um presente para mim: Maria Luísa. Ela veio, também linda, um bebê gordinho, uma criança dengosa, birrenta, dorminhoca. Isso ela é até hoje.
Mas também é uma filha perfeita. Uma mulher linda, com traços tão perfeitos que parecem desenhados. Vaidosa, amorosa, carinhosa. E cheia de cuidados comigo, como todos os outros. Ainda um pouco insegura em relação à vida, mas forte, descobrindo como é ser gente grande.
Ah! Ainda tenho montes de coisas para falar deles, poderia passar dias aqui, mas voltarei ainda a esse assunto, com certeza.
E ainda tenho filhas que a vida foi me trazendo, pessoinhas especiais que dividiram comigo um pedaço de minha vida. Falarei delas depois.
Há algum tempo atrás Deus presenteou-me com dois netos: uma menina linda, escolhida por mim, do meu coração, e um neto, filho do Marcos. São meus mais novos tesouros. 
Sou uma pessoa privilegiada, devo ter muito crédito com Ele. Mesmo errando muito- filhos vêm sem manual de instrução- acho que acertei um pouco. Criei filhos honestos, leais, bons. E sou feliz por isso.
E quem sabe Deus ainda tem algum outro presente para mim? Estou aberta para todos que vierem, sempre!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

"Desaprender para aprender. Deletar para escrever em cima.
Houve um tempo em que eu pensava que, para isso, seria preciso nascer de novo, mas hoje sei que dá pra renascer várias vezes nesta mesma vida. Basta desaprender o receio de mudar"
                                                                    Martha Medeiros

terça-feira, 25 de maio de 2010

Lembranças

Essa noite não consegui dormir. Quer dizer, dormi até as 3h, o que não é muito para uma dorminhoca como eu. Aliás, não é muito pra ninguém. Mas ando gripada e deitar é uma tortura. 
E aí a cabeça não para. Ela já não para normalmente, mas à noite, com aquele silêncio completo é uma beleza! Mil histórias passam por ela, reais e imaginárias...
Fiquei andando pela casa, tentando me cansar, até que resolvi reler diários, rever lembranças...
Sorri ao ler coisas que escrevi, fotos que guardei... Tanta vida eu já vivi! 
Conheci de tudo um pouco: lágrimas, sorrisos, dores, esperanças e sonhos, sempre... Muitos sonhos!
Tantos sentimentos fzeram-me ser essa pessoa que sou hoje!
Mas constatar que estou bem, em paz faz-me feliz. 
Fiquei diante do espelho observando as marcas na minha pele. Cada uma delas conta uma história e isso faz com que todas mereçam estar ali... Mas aprendi muito com elas. Tento amenizá-las, claro! Sou vaidosa como qualquer mulher, mas vivo de acordo com minha idade. Sem me envergonhar do que vivi. Não mais.
Cada sorriso, cada dor são responsabilidade minha. O outro não tem o poder de nos machucar se não quisermos ou deixarmos. Assumo minha responsabilidade com minha vida. Com tudo que vivi.
Tenho tido um cuidado especial com minha cabeça, com minha mente. Alimentá-la com esperanças, alegrias, sonhos é que faz-me bem assim.
Ainda tenho algumas coisas a me perdoar. Mas tenho tentado a cada dia ser melhor comigo, cuidar mais de mim, coisa que meus filhos fazem muito bem: cuidam de mim. São os anjos que Deus mandou para que eu percebesse que tudo vale a pena. E tudo vale, sim, a pena, se pudermos aprender com os erros e continuar em frente, alimentando a alma com sonhos, com amor...

"Porque em tão pouco tempo, faz tanto tempo que eu te queria..."

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A lua

Eu ia me deitar quando vi a lua da minha janela. Mesmo ainda não estando cheia, ela está linda. Já não é um sorriso no céu, está crescendo, mas é sempre soberana. Sou mesmo privilegiada...
Vejo a lua da janela do meu quarto, vejo o sol nascer da janela de minha cozinha. 
Tenho filhos maravilhosos, os que nasceram de mim e os que fui conhecendo e amando nessa vida. Tenho amigos que são únicos. Poucos, mas especialíssimos!
Tive oportunidade de realizar muitos sonhos e ainda tenho coragem de continuar sonhando...
Estive pensando em algo que um amigo me disse, um dia: que representamos papéis na vida. Somos e agimos de forma diferente em cada situação. Concordo.
Mas agora sou mais eu em todas as situações. Sair daqui de Anápolis fez-me resgatar a Mary que estava escondida. Aquela que é de verdade. Que acredita na vida. Que faz as coisas porque gosta, porque quer fazer e não para agradar aos outros. Um pouco mais louca, mas muito mais feliz. Sem medo.
Canto, danço sozinha, caminho, corro, cozinho, deito no chão e escuto a água caindo de uma bica no paraíso (já falei dele aqui) e olho o pôr-do-sol sempre... Como gosto dessa hora, do entardecer. Não dá a impressão de que é uma hora mágica, em que tudo pode acontecer? Penso que sim...
Mas viver em paz, com pessoas queridas não tem preço.
Bem, creio que falei demais... Estou com sono... Mas escrever aqui é gostoso.  No início fiquei constrangida, mas meu filho (Marlon Antonio, queridíssimo) me disse que o segredo é não se preocupar com quem vai ler. Ou fingir que ninguém lerá...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Pensar é transgredir

"Muito do que gastamos (e nos desgastamos) nesse consumismo feroz podia ser negociado com a gente mesmo: uma hora de alegria em troca daquele sapato. Uma tarde de amor em troca da prestação do carro do ano; um fim de semana em família em lugar daquele trabalho extra que está me matando e ainda por cima detesto.
Não sei se sou otimista demais, ou fora da realidade. Mas, à medida que fui gostando mais do meu jeans, camiseta e mocassins, me agitando menos, querendo ter menos, fui ficando mais tranqüila e mais divertida. Sapato e roupa simbolizam bem mais do que isso que são: representam uma escolha de vida, uma postura interior.
Nunca fui modelo de nada, graças a Deus. Mas amadurecer me obrigou a fazer muita faxina nos armários da alma e na bolsa também. Resistir a certas tentações é burrice; mas fugir de outras pode ser crescimento, e muito mais alegria.
Cada um que examine o baú de suas prioridades, e faça a arrumação que quiser ou puder.
Que seja para aliviar a vida, o coração e o pensamento - não para inventar de acumular ali mais alguns compromissos estéreis e mortais."
Lya Luft

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Feliz aniversário!

Hoje é aniversário do meu filho, Marcos. Meu segundo filho. Ele faz, hoje, 25 anos. Meu Deus, como o tempo passa rápido! Lembro-me dele no dia em que nasceu, tão pequeno, tão frágil... Nasceu prematuro e foi tudo tão corrido... As cenas que me vêm à memória são de correria na sala de parto. Nem queriam que eu o visse, pois ele tinha que ir para a UTI.
Letras horríveis, quando juntas: UTI.
Uma das situações mais tristes ( e olha que já passei por muitas) que passei em minha vida foi chegar em casa, depois do parto, sem meu filho nos braços. Que sensação ruim! Deixá-lo lá, em um lugar tão frio, com pessoas que não o conheciam, não o amavam como eu!
Mas graças a Deus, depois de 10 dias ele veio para casa. Tão pequeno que cabia em uma caixa de sapatos! Mamava 30 ml de leite e sentia-se satisfeito por horas.
Como fiquei agoniada vendo que ele demorava a se desenvolver! Como foram difícieis os 4 primeiros meses! Mas depois desse tempo ele cresceu e recuperou-se rápido. E como ficou lindo! Foi o meu bebê mais bonito.
Entretanto, precisou sempre de muita atenção e cuidados. Como se machucava! Sempre caía, levava pontos, quebrava dentes e até a língua ele cortou quase na metade, um dia!
Na escola era um dos mais levados, o terror das professoras. E não gostava de estudar. Claro! Por isso, tinha tempo de sobra para fazer bagunça...
Depois, passou por uma fase difícil e, logo na adolescência, teve que usar muitos aparelhos: nos dentes, na coluna, óculos muito fortes... Sentiu-se feio, desajeitado. E ainda tinha as espinhas no rosto! Deve ter sofrido muito...
E como somos impotentes nessas horas! Como eu podia ajudá-lo, se o que ele queria era não ter que usar nada daquilo, mas isso era necessário?
Agora, ele faz 25 anos... Os filhos crescem, vão por direções opostas das que imaginamos para eles e não podemos fazer nada, a não ser apoiá-los, ajudá-los. É dolorido pensar que não podemos protegê-los durante toda sua vida, que não podemos evitar-lhes o sofrimento, que eles terão que cometer erros que já cometemos e não temos como afastá-los disso.
O que posso fazer e faço, todos os dias, é agradecer a Deus pelos filhos que tenho, por eles serem assim, maravilhosos, por caminharem no bem e serem tão meus amigos! E o que desejo hoje a você, filho, é que seja muito feliz. E mesmo que eu não possa mais fazê-lo dormir em meu colo, estarei aqui para embalá-lo sempre que o mundo estiver pesado demais ou quando você sentir que precisa de meu aconchego. Feliz aniversário!

domingo, 16 de maio de 2010

Felicidade

"Diz Guimarães Rosa que “felicidade só em raros momentos de distração...“ Certo. Ela vem quando não se espera, em lugares que não se imagina.
Dito por Jesus: “É como o vento: sopra onde quer, não sabes donde vem nem para onde vai...“ Sabedoria é a arte de provar e degustar a alegria, quando ela vem. Mas só dominam essa arte aqueles que têm a graça da simplicidade. Porque a alegria só mora nas coisas simples."
E a vida é simples, se quisermos. Pode ser cheia de paz também. É assim a felicidade: simplicidade, paz...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Hoje

Engraçado... Sabe aqueles dias que não prometem nada? Bem, até prometiam, porque eu ia para a chácara hoje e adoro ir para lá. Mas ontem fiquei sabendo que nossa ida foi adiada, então o dia de hoje seria mais um. Só isso.
Mas de repente, sem motivo aparente, o dia ficou mais colorido e eu muito feliz. E eu acordei normal, como todos os dias. Normal quer dizer bem. Mas bem não é muito feliz, oras!
Ficar em casa, fazendo só esse trabalho de mãe e dona de casa não me dá prazer. Gosto mesmo é de ir para a Escola, de estar com as crianças, adolescentes... Gosto de interagir, rir com eles, ouvir as histórias... Quantas histórias!
Mas estou em casa, por enquanto. Espero que seja por pouquíssimo tempo agora. Já estou no banco de reserva há tempo demais. E até o serviço por aqui será mais prazeroso quando eu tiver uma Escola para ir todos os dias.
Bem, mas voltando ao dia de hoje: levei meus netos para a casa da mãe. Normalmente, essa é uma hora triste para mim. Gosto de ficar com eles. Mas todos gostam, né? E eles também querem ficar com a mãe, com a outra avó...
Mesmo assim, mesmo estando sem eles, estou feliz.
Talvez seja porque o dia está acabando e vou amanhã para a chácara. Aí, sim, esqueço-me de tudo e fico em paz. Será que todos têm algum lugar assim, onde ficam completamente em paz? Isso devia ser essencial, lei: um lugar de refúgio. Onde descanso de mim mesma, dos outros, da vida. E que loucura! Apesar de ter um descanso da vida, quanta vida há nesses momentos!
O que vale mesmo a pena é o que sentimos, os momentos que vivemos e as pequenas coisas que nos deixam felizes, como algumas horas passadas ao lado de pessoas especiais que nos fazem bem.

"Se você não se atrasar demais, posso te esperar a vida inteira."

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Nossas mãos/ 1993

Se eu tivesse a tua mão na minha
Iria por caminhos insondáveis
Iria por lugares inimagináveis
Se a tua mão estivesse na minha

Se eu tivesse a tua mão na minha
Diria: Vem, me defenda da solidão
Seja meu escudo, meu bem...
E nunca mais seguiria sozinha

Se tu ao meu lado caminhasses
Com a tua mão na minha, elo profundo
Teria a segurança, o amor, a vida
E enfrentaria tudo, tudo: o próprio mundo!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

CANÇAO DAS MULHERES

Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

Que o outro sinta quanto me dói a idEia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.

Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''

Que quando, sem querer, eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.
Lya Luft

terça-feira, 11 de maio de 2010

Sonho

Hoje acordei com uma sensação gostosa... Sonhei com o amor que espero, um dia...
Ah! Já tive quinze anos. Tive dezoito. Tive trinta. Sofri, chorei, amei, fui feliz. Pensei que nunca mais aconteceria e vejo-me, de novo, desejando que o amor aconteça.
Cheguei a pensar que estava despedaçada, mas sabe que consegui juntar os pedaços e ficar inteira, de novo?
Talvez eu seja patética, ridícula mesmo (muito louca, talvez) por esperar um amor nessa altura da vida, mas um amor calmo, intenso, companheiro seria divino!
Um amor em que coubéssemos os dois, juntos, seria perfeito!
Tenho muita companhia e adoro isso! Vivi muita solidão ano passado, em São Paulo (não que eu me arrependa um milímetro de tudo que vivi e que deixei de viver. Foi necessário, importante). Fiz minha escolha e tentei vivê-la da melhor forma possível, mas estar em companhia de meus filhos e netos é uma delícia! E os amigos, então! Perfeito!
Poder cuidar deles, compartilhar as descobertas, as alegrias e as dores é mais do que pedi a Deus.
Mas um novo amor será bem-vindo. Um dia. Com calma. Sem pressa. Com serenidade. E um pouco de loucura, claro! Um amor que seja eterno, mesmo que, de novo, o destino venha dividir nossos caminhos.
E aí recomeçaremos, mais uma vez...

segunda-feira, 10 de maio de 2010

PUDIM

Não há nada que me deixe mais frustrada
do que pedir Pudim de sobremesa,
contar os minutos até ele chegar
e aí ver o garçom colocar na minha frente
um pedacinho minúsculo do meu pudim preferido.
Um só.
Quanto mais sofisticado o restaurante,
menor a porção da sobremesa.
Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência,
comprar um pudim bem cremoso
e saborear em casa com direito a repetir quantas
vezes a gente quiser,
sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.
O PUDIM é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano..
A vida anda cheia de meias porções,
de prazeres meia-boca,
de aventuras pela metade.
A gente sai pra jantar, mas come pouco.
Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.
Conquista a chamada liberdade sexual,
mas tem que fingir que é difícil
(a imensa maioria das mulheres
continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').
Adora tomar um banho demorado,
mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.
Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo,
mas tem medo de fazer papel ridículo.
Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD,
esparramada no sofá,
mas se obriga a ir malhar.
E por aí vai.
Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar',
tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...
Aí a vida vai ficando sem tempero,
politicamente correta
e existencialmente sem-graça,
enquanto a gente vai ficando melancolicamente
sem tesão...
Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado'.
Deixar de lado a régua,
o compasso,
a bússola,
a balança
e os 10 mandamentos.
Ser ridícula, inadequada, incoerente
e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito.
Recusar prazeres incompletos e meias porções.
Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou
e disse uma frase mais ou menos assim:
'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'...
Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem,
podemos (devemos?) desejar
vários pedaços de pudim,
bombons de muitos sabores,
vários beijos bem dados,
a água batendo sem pressa no corpo,
o coração saciado.
Um dia a gente cria juízo.
Um dia.
Não tem que ser agora.
Por isso, garçom, por favor, me traga:
um pudim inteiro
um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order',
uma caixa de trufas bem macias
e o Brad Pitt, embrulhado pra presente.
OK?
Não necessariamente nessa ordem.
Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago.
Martha Medeiros

domingo, 9 de maio de 2010

Dia das Mães

Hoje é Dia das Mães. Legal começar hoje a escrever aqui, mas foi por acaso.
Há algum tempo eu vinha pensando em criar um Blog. Mas ia deixando, adiando essa ideia.
Só que, semana passada, um amigo sugeriu-me isso: postar os textos e pensamentos de que tanto gosto em um Blog.
Decidi-me, então. E aqui estou.
É bom poder falar de mim mesma e não saber quem vai ler. A Internet propicia uma liberdade que eu não havia tido, até então. Creio mesmo que fiquei muito mais solta com as palavras depois que comecei a usar o computador. Talvez algumas pessoas achem até que falo demais...rs
Mas voltando ao Dia das Mães... Bem, sempre temos café da manhã especial em dias especiais e hoje tivemos um assim. Eu e minhas filhas. Os filhos estavam presentes, claro, em meu coração. Sempre estão, todos. Filhos e netos...
Ganhei um sapato lindo das meninas, uma Melissa! Adoro!
Mas agora há pouco meu filho chegou com minha Estrela. Fiquei tão feliz!
Eu vinha acalentando o desejo de ter uma cachorra. Queria da raça Labrador. É um cachorro amigo, companheiro. E hoje ela chegou. Linda! Negra. Minha Estrela.
Mais uma que precisa de cuidados, de carinho...
Mais uma que me dará alegria, amor...

"Tenho juizo, mas não faço tudo certo, afinal todo paraíso precisa de um pouco de inferno!"

Imoral

"O que é verdadeiramente imoral é desistir de si mesmo."
(Clarice Lispector)